Lembrar de viver


"Devemos ter uma boa memória para sermos capazes de cumprir as promessas que fazemos."

"A vantagem de uma memória ruim é que se aproveita várias vezes pela primeira vez as mesmas coisas boas."
(frases de Friedrich Nietzsche)

Tema do dia: Memória

Recentemente reassisti ao filme "Eternal Sunshine of the Spotless Mind" (Brilho eterno de uma mente sem lembranças), que filme maravilhoso! É um filme que considero de uma sensibilidade rara em comédia romântica. O casal formado por Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet) tem problemas bem típico no relacionamento. No entanto, "desiludida com o fracasso, Clementine decide esquecer Joel para sempre e, para tanto, aceita se submeter a um tratamento experimental, que retira de sua memória os momentos vividos com ele"*.

Será mesmo que podemos apagar as memórias de alguém, quando o amor acaba?
A memória é o que temos de mais penoso e precioso, temos até um certo "controle" descontrolado sob ela. Uma coisa é certa: é difícil apagar aquilo que queremos esquecer. Este é um paradoxo não só no filme, mas da nossa vida também. A memória é base do conhecimento, da nossa identidade e da nossa história.

"É preciso começar a perder a memória, ainda que se trate de fragmentos desta, para perceber que é esta memória que faz toda a nossa vida. Uma vida sem memória não seria uma vida, assim como uma inteligência sem possibilidade de exprimir-se não seria uma inteligência. Nossa memória é nossa coerência, nossa razão, nossa ação, nosso sentimento. Sem ela, não somos nada."
(Luis Buñuel, Meu último suspiro)

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Ensinamento do dia: Neurocientista Roberto Lent adverte - avanços do mapeamento cerebral podem ser grande ameaça à privacidade das pessoas. (...)
O filme "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças", com o ator Jim Carrey, não é muito distante da realidade. No longa, uma empresa usa a neuroimagem para orientar uma cirurgia cerebral destinada a fazer com que o personagem esqueça a namorada. A neuroimagem localizava as regiões do cérebro ativadas quando o rapaz se via diante de um objeto que o fazia lembrar-se da moça, e o técnico cauterizava essas regiões para apagar lembranças relacionadas a ela. Do ponto de vista técnico, nada impede que um centro hospitalar se proponha a liberar cirurgicamente as pessoas de más lembranças e emoções amargas. Embora não se faça isso sem efeitos colaterais graves, a verdade é que não há nenhuma norma a respeito.
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Trailer do filme:
Curiosidades:
O título do filme foi retirado do poema "Eloisa to Abelard", de autoria de Alexander Pope.
Citacão do filme:
"Blessed are the forgetful, for they get the better even of their blunders." (Nietzsche)

2 comentários:

Anônimo disse...

Mélica.. eu amei esse filme! É bem profundo mesmo..gostei de saber que atraves da ciencia, pode ser possivel,pois tenho certas memorias que gostaria muito de esquecer!:D
Bjs, Bia.

Zenite Nóbrega disse...

Eu ia fazer um comentário sobre essa matéria mais esqueci ;)

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